Madeleine

Madeleine
Madeleine (prova do Artista) faz parte do Acervo do Palazzo Dora Pamphili – Embaixada do Brasil em Roma

terça-feira, 29 de julho de 2008

Ética em Data Mining na WEB

WEB Data Warehouse

Final do século XX, início do novo milênio. Tempos de globalização avassaladora e hiper-competitividade. As organizações lutam ferozmente entre sí para garantir seu lugar no mercado. A tecnologia está presente em todos os níveis de negócios e a cada dia é criada uma nova ferramenta para garantir a vantagem competitiva das empresas.

Garimpar dados nos bancos de dados da própria empresa não garante mais a fidelização dos clientes e não gera o resultado esperado. O cliente hoje, só é fiel á Igreja e ao time de futebol. Mas para se criar Inteligência Competitiva, não basta tecnologia apenas. Para as empresas surpreenderem o cliente, a busca de informações que identifiquem como o seu cliente se comporta para antecipar seus desejos passou a ser estratégico.

Raquel Kolitski Stasiu definiu que “Web warehouse é integrar conceitos de diversas áreas como banco de dados e computação distribuída, explorando o contexto da Web como infra-estrutura e fonte de dados. A integração de banco de dados distintos, como uma visão corporativa com suas respectivas dimensões difundida pela tecnologia de Data Warehouse, agora tem suas fronteiras expandidas para a Internet”.

Deste modo, Web Warehouse é a combinação das poderosas tecnologias de Data Warehouse com a WEB, e tem como principal objetivo entender e atender às necessidades correntes do cliente, tentando antecipar, de algum modo, suas necessidades futuras, visando com isto garantir a vantagem competitiva das corporações em relação aos seus concorrentes.

O conteúdo da internet é radicalmente diferente de um ambiente de um Data Warehousing tradicional. A questão mais interessante é que, na Web, é o próprio cliente que fornece indiretamente as informações que serão descobertas. Através de técnicas de Web Farming, todas as informações deixadas pelo cliente na Internet, podem ser garimpadas.

Segundo Carlos André Reis Pinheiro, no texto Web Farming “ninguém melhor para dar informações a respeito dos clientes do que os próprios clientes. Quando estão navegando na internet, eles informam, indiretamente, quais são suas áreas de interesse profissional, suas preferências pessoais, suas necessidades em termos de produtos e de serviços e suas aspirações e desejos.” Essas informações podem ser capturadas e agregadas aos dados já armazenados internamente nos Data Warehouses. Este comentário é ao mesmo tempo fascinante e profundamente perturbador.

Portanto, ao concluir um mining, a empresa proprietária de um Web Data Warehouse que, associado a outras ferramentas de Business Intelligence, permitirá um relacionamento proveitoso e estratégico com o cliente, encantando-o e consequentemente fidelizando-o pois, com esta abordagem, praticamente as organizações estarão antecipando seus desejos.

Princípios da gestão do conhecimento

As organizações perceberam que, para inovar é indispensável olhar para o capital intelectual que se encontra nas próprias empresas. Para isto é necessário quebrar paradigmas e criar ambiente propício para o florescimento do conhecimento e, como conseqüência, a organização crescerá e manterá seu lugar no mercado. Mas para isto será indispensável para os gestores administrar o conhecimento intelectual como mais um ativo.

Hoje, nas grandes corporações o conhecimento é considerado o elemento determinante na competitividade das empresas e é reconhecido como capaz de desenvolver as inovações radicais que garantirá o lugar neste mercado extremamente cruel, ou seja, conhecimento é a única variável capaz de gerar vantagem competitiva. Portanto a gestão do conhecimento nasceu para gerir o conhecimento e experiências que se encontra na mente das pessoas (conhecimento tácito) e transformar em fator de produção e vantagem estratégica e competitiva para as empresas.

A INFORMAL INFORMÁTICA diz que “As pessoas derivam conhecimento das informações de diversas formas: por comparação, pela experimentação, por conexão com outros conhecimentos e através das outras pessoas, por exemplo. As atividades de criação de conhecimento têm lugar com e entre os seres humanos. O conhecimento é transmitido por pessoas e para pessoas, através de meios estruturados como vídeos, livros, documentos, páginas web etc.” Por outra perspectiva tanto as atividades relacionadas a IC como a GC tem como objetivo final gerar conhecimento útil e consequentemente, vantagem competitiva para as corporações.


Para que isto ocorra de modo continuado é necessário que estas propostas sejam uma meta das lideranças e devem ser abraçadas como são abraçadas todas as metas:
Com determinação e disposição para vencer os desafios.

Mas não há GC sem repensar o funcionário. Ele não é mais, apenas um recurso ou ferramenta. Ele tem um novo papel, onde sua colaboração é indispensável para as organizações permanecerem no mercado.
Sem dúvida, este é o grande dilema e desafio das organizações, neste século:
Repensar o papel dos empregados pois é nele que está aninhado o diferencial da empresa de amanhã. De certo modo significa repensar toda a empresa e o sua visão de futuro.

Identificação de papéis e responsabilidades individuais

Mas neste contexto, a estrutura tradicional das empresas deve ser repensada e os papéis e responsabilidades dos gestores, funcionários e colaboradores devem ser redefinidos.

A Gestão do Conhecimento redefiniu toda a estrutura organizacional pois para acontecer a GC é indispensável que ocorra mudanças profundas na forma de conduzir as organizações. Como disse anteriormente, é fundamental que a empresa desenvolva um ambiente propício para a utilização da capacidade criativa de seus colaboradores e ocorra o compartilhamento deste conhecimento e na transformação do conhecimento tácito (ocorre na mente das pessoas e são oriundas do aprendizado e experiências pessoais) em conhecimento explícito (formal e se encontra nas normas e documentos das organizações).

A estrutura hierárquica tradicional não se sustenta e o modelo onde a máxima:
“Manda quem pode, obedece quem tem juízo” não se encaixa nestas organizações.

A GC redefiniu os papéis e responsabilidades dos gestores e colaboradores bem como toda a estrutura hierárquica e a relação entre eles.

Mas a WEB Warehouse, por ser um mar de descobertas redefine as estratégias, os modelos de busca e abordagens de marketing. Novas diretrizes são traçadas e novos rumos são definidos.
Os gestores devem estar atentos aos limites deste novo desafio. Qualquer bandeira levantada deve ser cuidadosamente avaliada pois neste mar desconhecido de informações a ser garimpado, podemos estar nos deparando com questões éticas nunca antes enfrentadas.

Neste contexto novo e desafiador, o ambiente Web Warehouse não possui regras ou limites. Quem definirá estes limites e criará estas regras será a consciência de gestores atentos e criteriosos e outros, não tão criteriosos assim. São eles que definirão como garimpar as informações e até onde e como poderemos avançar.

Fernando Almeida escreve que “A busca de conhecimento no ambiente feita de maneira ativa passa a esbarrar na ética da obtenção do conhecimento competitivo”.

É mais do que isto. No processo chamando inteligência antecipativa, descobre-se o que não é revelado explicitamente, extraído através de associação de idéias e informações dispersas e públicas que são reunidas a revelia do gerador destas informações – o cliente.
E através de processos de mining na Web, informações do cliente são expostas única e exclusivamente com o objetivo de surpreender o cliente e garantir sua fidelidade.

Até onde poderemos ir. Até onde é ético avançar, pois neste universo da Web, o cliente está nu e totalmente indefeso. Resta saber se, por questões unicamente de negócios, nesta concorrência desenfreada, as organizações irão expor a fragilidade e a nudez de nossos clientes. Resta saber se os clientes aceitarão.

Esta fronteira ainda não foi desenhada e este papel cabe aos gestores das organizações. Se eles avançarem este sinal, com certeza a sociedade delimitará esta fronteira. E com certeza com limites muito mais rígidos que os definidos por eles próprios.

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