Madeleine

Madeleine
Madeleine (prova do Artista) faz parte do Acervo do Palazzo Dora Pamphili – Embaixada do Brasil em Roma

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

SRM - STRATEGIC RISK MNAGEMENT

Strategic Risk Management (Slywotzky Drzik) - Description, forum and special interest group

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Tênis e Frescobol

Recebi este texto seu autor e adorei .. e compartilho com vocês.

Depois de muito meditar sobre o assunto, concluí que os relacionamentos são de dois tipos: há os relacionamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os relacionamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal.
Os relacionamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Para começar, uma afirmação de Nietzche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do relacionamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: 'Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice?' Tudo o mais no relacionamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar."

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O Império dos Sentidos.

Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer.

Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: "Eu te amo...."

Barthes advertia:
"Passada a primeira confissão, 'eu te amo' não quer dizer mais nada."
É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética.

Recordo a sabedoria de Adélia Prado: "Erótica é a alma".

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola.

Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado.
Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras.
Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá... Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor...Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre,
eternamente, para que o jogo nunca tenha fim..

terça-feira, 29 de julho de 2008

Ética em Data Mining na WEB

WEB Data Warehouse

Final do século XX, início do novo milênio. Tempos de globalização avassaladora e hiper-competitividade. As organizações lutam ferozmente entre sí para garantir seu lugar no mercado. A tecnologia está presente em todos os níveis de negócios e a cada dia é criada uma nova ferramenta para garantir a vantagem competitiva das empresas.

Garimpar dados nos bancos de dados da própria empresa não garante mais a fidelização dos clientes e não gera o resultado esperado. O cliente hoje, só é fiel á Igreja e ao time de futebol. Mas para se criar Inteligência Competitiva, não basta tecnologia apenas. Para as empresas surpreenderem o cliente, a busca de informações que identifiquem como o seu cliente se comporta para antecipar seus desejos passou a ser estratégico.

Raquel Kolitski Stasiu definiu que “Web warehouse é integrar conceitos de diversas áreas como banco de dados e computação distribuída, explorando o contexto da Web como infra-estrutura e fonte de dados. A integração de banco de dados distintos, como uma visão corporativa com suas respectivas dimensões difundida pela tecnologia de Data Warehouse, agora tem suas fronteiras expandidas para a Internet”.

Deste modo, Web Warehouse é a combinação das poderosas tecnologias de Data Warehouse com a WEB, e tem como principal objetivo entender e atender às necessidades correntes do cliente, tentando antecipar, de algum modo, suas necessidades futuras, visando com isto garantir a vantagem competitiva das corporações em relação aos seus concorrentes.

O conteúdo da internet é radicalmente diferente de um ambiente de um Data Warehousing tradicional. A questão mais interessante é que, na Web, é o próprio cliente que fornece indiretamente as informações que serão descobertas. Através de técnicas de Web Farming, todas as informações deixadas pelo cliente na Internet, podem ser garimpadas.

Segundo Carlos André Reis Pinheiro, no texto Web Farming “ninguém melhor para dar informações a respeito dos clientes do que os próprios clientes. Quando estão navegando na internet, eles informam, indiretamente, quais são suas áreas de interesse profissional, suas preferências pessoais, suas necessidades em termos de produtos e de serviços e suas aspirações e desejos.” Essas informações podem ser capturadas e agregadas aos dados já armazenados internamente nos Data Warehouses. Este comentário é ao mesmo tempo fascinante e profundamente perturbador.

Portanto, ao concluir um mining, a empresa proprietária de um Web Data Warehouse que, associado a outras ferramentas de Business Intelligence, permitirá um relacionamento proveitoso e estratégico com o cliente, encantando-o e consequentemente fidelizando-o pois, com esta abordagem, praticamente as organizações estarão antecipando seus desejos.

Princípios da gestão do conhecimento

As organizações perceberam que, para inovar é indispensável olhar para o capital intelectual que se encontra nas próprias empresas. Para isto é necessário quebrar paradigmas e criar ambiente propício para o florescimento do conhecimento e, como conseqüência, a organização crescerá e manterá seu lugar no mercado. Mas para isto será indispensável para os gestores administrar o conhecimento intelectual como mais um ativo.

Hoje, nas grandes corporações o conhecimento é considerado o elemento determinante na competitividade das empresas e é reconhecido como capaz de desenvolver as inovações radicais que garantirá o lugar neste mercado extremamente cruel, ou seja, conhecimento é a única variável capaz de gerar vantagem competitiva. Portanto a gestão do conhecimento nasceu para gerir o conhecimento e experiências que se encontra na mente das pessoas (conhecimento tácito) e transformar em fator de produção e vantagem estratégica e competitiva para as empresas.

A INFORMAL INFORMÁTICA diz que “As pessoas derivam conhecimento das informações de diversas formas: por comparação, pela experimentação, por conexão com outros conhecimentos e através das outras pessoas, por exemplo. As atividades de criação de conhecimento têm lugar com e entre os seres humanos. O conhecimento é transmitido por pessoas e para pessoas, através de meios estruturados como vídeos, livros, documentos, páginas web etc.” Por outra perspectiva tanto as atividades relacionadas a IC como a GC tem como objetivo final gerar conhecimento útil e consequentemente, vantagem competitiva para as corporações.


Para que isto ocorra de modo continuado é necessário que estas propostas sejam uma meta das lideranças e devem ser abraçadas como são abraçadas todas as metas:
Com determinação e disposição para vencer os desafios.

Mas não há GC sem repensar o funcionário. Ele não é mais, apenas um recurso ou ferramenta. Ele tem um novo papel, onde sua colaboração é indispensável para as organizações permanecerem no mercado.
Sem dúvida, este é o grande dilema e desafio das organizações, neste século:
Repensar o papel dos empregados pois é nele que está aninhado o diferencial da empresa de amanhã. De certo modo significa repensar toda a empresa e o sua visão de futuro.

Identificação de papéis e responsabilidades individuais

Mas neste contexto, a estrutura tradicional das empresas deve ser repensada e os papéis e responsabilidades dos gestores, funcionários e colaboradores devem ser redefinidos.

A Gestão do Conhecimento redefiniu toda a estrutura organizacional pois para acontecer a GC é indispensável que ocorra mudanças profundas na forma de conduzir as organizações. Como disse anteriormente, é fundamental que a empresa desenvolva um ambiente propício para a utilização da capacidade criativa de seus colaboradores e ocorra o compartilhamento deste conhecimento e na transformação do conhecimento tácito (ocorre na mente das pessoas e são oriundas do aprendizado e experiências pessoais) em conhecimento explícito (formal e se encontra nas normas e documentos das organizações).

A estrutura hierárquica tradicional não se sustenta e o modelo onde a máxima:
“Manda quem pode, obedece quem tem juízo” não se encaixa nestas organizações.

A GC redefiniu os papéis e responsabilidades dos gestores e colaboradores bem como toda a estrutura hierárquica e a relação entre eles.

Mas a WEB Warehouse, por ser um mar de descobertas redefine as estratégias, os modelos de busca e abordagens de marketing. Novas diretrizes são traçadas e novos rumos são definidos.
Os gestores devem estar atentos aos limites deste novo desafio. Qualquer bandeira levantada deve ser cuidadosamente avaliada pois neste mar desconhecido de informações a ser garimpado, podemos estar nos deparando com questões éticas nunca antes enfrentadas.

Neste contexto novo e desafiador, o ambiente Web Warehouse não possui regras ou limites. Quem definirá estes limites e criará estas regras será a consciência de gestores atentos e criteriosos e outros, não tão criteriosos assim. São eles que definirão como garimpar as informações e até onde e como poderemos avançar.

Fernando Almeida escreve que “A busca de conhecimento no ambiente feita de maneira ativa passa a esbarrar na ética da obtenção do conhecimento competitivo”.

É mais do que isto. No processo chamando inteligência antecipativa, descobre-se o que não é revelado explicitamente, extraído através de associação de idéias e informações dispersas e públicas que são reunidas a revelia do gerador destas informações – o cliente.
E através de processos de mining na Web, informações do cliente são expostas única e exclusivamente com o objetivo de surpreender o cliente e garantir sua fidelidade.

Até onde poderemos ir. Até onde é ético avançar, pois neste universo da Web, o cliente está nu e totalmente indefeso. Resta saber se, por questões unicamente de negócios, nesta concorrência desenfreada, as organizações irão expor a fragilidade e a nudez de nossos clientes. Resta saber se os clientes aceitarão.

Esta fronteira ainda não foi desenhada e este papel cabe aos gestores das organizações. Se eles avançarem este sinal, com certeza a sociedade delimitará esta fronteira. E com certeza com limites muito mais rígidos que os definidos por eles próprios.